E, É CLARO, OS VINGADORES

As bilheterias mundiais me dizem que existem dois tipos de pessoa no mundo: aquelas que assistiram Os Vingadores e aquelas que estão mentindo, dizendo que não assistiram Os Vingadores. Sim, é um bom tempo para ser nerd. Ainda lembro como se fosse hoje da época em que esperava horas para a maldita internet discada baixar o primeiro trailer do primeiro filme dos X-men, seis minutos e meio da mais pura emoção. Anos mais tarde, é difícil ligar a televisão e não ver um filme baseado em alguma estória em quadrinhos. Não vou defender o gênero todo, mas Vingadores parece ter finalmente refinado a arte. O que tem para não gostar? Um roteiro que não é Mcbeth, mas que também não é retardado; efeitos de primeira; Samuel L. Fucking Jackson; Scarlett Johansson. Está tudo lá!



Bruxa!



Apesar disso, pelo menos para mim Os Vingadores trazem uma nota de tristeza particular. Ironicamente, só com a chegada da turma toda à tela grande foi que me toquei da distância da realidade daquilo. Por exemplo, isoladamente até dá pra comprar a idéia do Batman. Uma roupa de morcego, uma voz rouca, uma caverna convenientemente colocada embaixo da mansão e pronto, combate ao crime, aqui vou eu. A estória do Homem de Ferro já é mais complicada, mas vamos ser bobinhos por quinze minutos e fingir que o donut mágico no peito dele tem mais energia que um hamster ninfomaníaco que só come cocaína e só bebe redbull. Também vamos relevar o fato de que a armadura muito provavelmente teria virado confete depois dos primeiros tiros que tomou daqueles caças já no primeiro filme. Porra, até o Capitão América dá pra deixar passar, se não por outra coisa pelo menos porque ele não faz mal a ninguém.

Tá bom, Capitão, pode jogar seu escudo nas naves intergalácticas de guerra. Procure só não ficar no caminho do Homem de Ferro e do Hulk, tá bom?

Infelizmente, quando eles colocam todo mundo junto é que qualquer contato que aquilo pudesse ter com a realidade vai por água abaixo. Homem de Ferro, por exemplo, fez de um tudo pra ancorar os argumentos do filme no que os cientistas chamam de fringe science, mas quando ele começa a dar um cacete em um monte de alienígenas lado a lado com o Hulk e com o Thor, qualquer possibilidade de encaixar aquilo no mundo real vai pelo ralo. Por mais legal que o Thor seja.

Bruxo!

Porém, talvez justamente por isso o filme tenha dado tão certo. Em algum momento a Marvel deve ter olhado para alguma página no roteiro em que dizia “Thor, Hulk e Capitão América conversam com o Homem de Ferro no deck do porta aviões voador” e dito: realidade, por favor, passe no setor pessoal, seus serviços não serão mais necessários. Afinal de contas, quem iria querer Os Vingadores combatendo uma malévola corporação farmacêutica ou então um ramo corrupto do governo?



Contra Crepúsculo, talvez?...



De qualquer forma, a esperança não morreu. Números e um monte de espaço ocioso na minha cabeça me fizeram chegar a conclusão que super-heróis não apenas são possíveis, como já existem nesse mesmo Universo que ocupamos. Aconselho que vão tomar uma água, deem a pausa do banheiro e pequem um fôlego bom porque a viagem é grande agora. Sim, maior ainda do que a tese socioeconômica aí de cima.

De cara, o número mais importante que se deve ter mente é X, sendo que X está no intervado entre um porrilhão e o infinito. Básico, não é? O caso é que quando se fala em termos de Universo, os números são assim mesmo, grandes pra cacete. Se alguém aí ainda lembra alguma coisa da aula de ciências, quando ciências ainda era ciências mesmo, sem ser dividido em química, física e biologia, vai saber que uma galáxia é um conjunto de estrelas. “Quantas estrelas, professora Helena?” alguma criança remelenta, muito provavelmente o Cirilo, iria perguntar. Ninguém sabe. Vamos ver o nosso quintal, com a boa e velha Via Láctea, por exemplo. As melhores estimativas de cientistas que não tinham nada melhor para fazer indicam que existem entre 200 e 400 bilhões de estrelas só na Via Láctea. De repente o Sol não é lá tão grande coisa, não é?

Ok, temos uma base de quantas estrelas tem mais ou menos em uma galáxia. Então, pergunta aquele sujeito enjoado, querendo dar uma de gostoso, só isso? Claro que não, seu hipster desgraçado! Há galáxias por aí, a M87, por exemplo, com mais de um trilhão de estrelas. Certo. Então juntando duas galáxias, já temos o modesto número de cerca de 1,5 trilhão de estrelas. Afinal de contas, quantas mais podem existir? De acordo com a NASA, baseada nos dados do telescópio Hubble, o número de galáxias no Universo varia entre 120 bilhões e who the fuck knows. Desta forma, admitindo que todas as outras galáxias do Universo são mais ou menos do tamanho da Via Láctea e parando em 120 bilhões porque afinal de contas who cares depois desse ponto, é só inserir na calculadora 120.000.000.000 X 400.000.000.000, cujo resultado aproximado é:



Yep. O cálculo parece estar certo.



Mas o que é que matemática tem a ver com super-heróis, aqueles que aguentaram os números aí de cima provavelmente devem estar perguntando agora? A resposta, é claro, é probabilidade. Para quem não é íntimo de quadrinhos e que também não teve a suprema sorte de ver o filme, vou contar um pouco da estória do Lanterna Verde. Ou melhor, dos Lanternas Verdes.

Sério, se conseguiu escapar até agora, continue assim. É um dos poucos casos em que acho melhor alugar Crepúsculo para passar o tempo.

De acordo com os quadrinhos, os Guardiões do Universo, uma raça de anõezinhos azuis superpoderosos, dividiram o Universo conhecido em 3600 setores, designando dois Lanternas Verdes para patrulhar cada um. Alguma coisa como um BOPE do espaço. Ou seja, o Lanterna Verde que conhecemos do desenho da Liga da Justiça era apenas um de um grupo de 7200, coisa que deve ter deixado sua autoestima bem parecida com a do Sol quando fez as contas lá de cima. No meio de um Universo tão jumentosamente grande, por que não? Coisas mais estranhas já aconteceram, aqui mesmo na Terra, esse pedacinho de cocô de bactéria do cavalo do bandido cósmico.

Anyway, a parte mais difícil de aceitar ainda vem por aí: os Guardiões possuíam uma tecnologia anos-luz a frente de qualquer coisa que possuímos na Terra, se ano-luz fosse uma unidade de tempo e não de distância. Assim, não é um chute tão grande no escuro admitir que eles tivessem uma tecnologia um tiquitinho melhor do que a que foi usada no telescópio Hubble, que afinal de contas foi lançado em 1990. O que quero dizer é que há uma boa chance dos dados em cima dos quais estamos trabalhando estarem defasados e esta manga ser ainda mais difícil de chupar.



Pedaço de lixo!



Mesmo assim, vamos dar um desconto e admitir que o velho Hubão aí de cima fez um bom trabalho e fechou a conta do Universo em 120 bilhões de galáxias. Vamos ser mais generosos ainda e vamos presumir que desde a fundação da Tropa dos Lanternas Verdes até hoje os Guardiões do Universo abriram vaga para mais 400 setores espaciais, fechando a conta em 4000 e contratando mais 800 Lanternas Verdes.

MÃE, PASSEI NO CONCURSO! Bom, não é pra juiz, preciso que a senhora tenha a mente aberta...

Olha só que canja, agora cada dupla de lanternas tem só 30 milhões de galáxias para patrulhar. Cada uma com meio trilhão de estrelas e por aí vai a conta. Portanto, com probabilidades como essas, é bem razoável que existam sim Lanternas Verdes por aí. Eles só têm uma certa carga de trabalho acumulada antes de darem as caras na Terra.

O que provavelmente acaba sendo para o melhor. Afinal de contas, o bicho mais parecido que tem com o ser humano na Terra é o macaco e esse mesmo tem um sistema de valores que diz que é ok se defender jogando cocô em quem ele percebe como uma ameaça. Raios, se em nível planetário nós não conseguimos chegar a um consenso se está certo bater em mulher ou não (dica: não. Não está certo), quais as chances de sermos visitado por um super-herói de trilhões de anos-luz de distância parecido com o Ryan Reynolds (ou o Mark Strong, na falta do primeiro), com um sistema de valores parecido com o nosso? Novamente, a matemática indica que sim, existem Lanternas Verdes, mas o do nosso setor muito provavelmente vai ser parecido com esse cara:



Nosso salvador!



Sim, os autores tiveram a visão de imaginar que nem toda forma de vida vinda de um planeta distante tem o abdome de tanquinho e lindos olhos azuis. Esse carinha aí em cima é um vírus da varíola espacial ou alguma outra bobagem dessas, elevado à categoria de membro da Tropa dos Lanternas Verdes. E eu aqui, me sentindo todo pimpão por ter pego a faixa roxa... Enfim, se o responsável por esse setor chegasse aqui, é bem provável que não entendesse chongas do que costumamos classificar como moral e resolvesse que o planeta estaria melhor arranjado sem essa confusão chamada “vida multicelular” a qual nos acostumamos, devolvendo tudo ao lodo primordial em questão de meses. Ouso dizer que ele não ia precisar nem do lance de Lanterna Verde, só o detalhe de ser basicamente uma doença espacial resolvia o caso.

Em conclusão: não é que super-heróis não existam. O caso é que a matemática, não contente em foder com nossas vidas na escola, insiste em foder com nossas fantasias até depois de adultos. E não de um jeito legal.

P.S: Não poderia, em sã consciência, terminar um post sobre Os Vingadores sem incluir uma menção honrosa sobre a caridade dos roteiristas em incluir o Gavião Arqueiro no elenco, um sujeito cujo único poder é usar uma arma que ficou obsoleta com a popularização da pólvora. Talvez no próximo eles incluam o Speedball, um cara cujo poder era quicar quando davam uma porrada nele, tipo uma super bola de frescobol.

EM ALGUM PONTO NO SÉCULO VINTE

- Alô?...

- Boa tarde. Com quem eu falo?

- Com quem você deseja falar?

- Bom, isso pode parecer estranho, mas queria falar com o Diabo.

- Estranho mesmo é que aqui é o Diabo falando. Como você conseguiu esse número???

Para fins de narrativa, favor imaginar outro Diabo.

- O DIABO? Assim, de primeira? Putz, graças a Deus! Epa, quer dizer, sem ofensas...

- Não por isso. Mas como é que você conseguiu esse número???

- Google.

...

- Alô?

- Não, não, ainda estou aqui... Só estou sem acreditar nessa situação...

- De eu ter encontrado seu número no Google?

- Não, nisso até que eu acredito, pensando bem. O que não acredito é no fato de eu, Senhor das Trevas, Lorde da Escuridão, Fonte de todo Mal, passado da casca do alho, ainda estar nessa situação. Mas no fundo no fundo sabia que ia dar nisso. Isso é o que dá contratar família. Desde que contratei Ganesh, o demônio sumério da miséria, como encarregado da TI, sabia que ia dar nisso. Mas, sobrinho da minha esposa e coisa e tal... Devia ter terceirizado esse negócio e pronto...

- Olha, desculpa aí se causei algum problema...

- Não, que é isso, eu até que agradeço por apontar as falhas. E outra, se não é com você é com um outro qualquer. Juro, nunca vi isso. Tenho certeza que você não arranja o telefone do presidente do Google no Google. Mas do Diabo, em vinte minutinhos tá na mão.


A Mão Direita de Deus!

 - Na verdade foram cinco minutos.

- suspiro -

- Alô?...

- Ainda estou aqui. Bom, já que é o caso, como posso ajudá-lo?

- Nossa, isso está sendo mais fácil do que pensei. O senhor não era para ser um pouco mais, sei lá, malévolo que isso?

- Tipo, fogo e enxofre? Como você faz “fogo e enxofre” pelo telefone?

- Ué, sei lá... Você podia fazer minhas paredes sangrarem ou coisa assim...

Parecendo cansado – Você quer que suas paredes sangrem?...

- Na verdade eu estou falando de um celular, dentro de um shoping.

Perdendo a paciência – Olha meu rapaz, se isso é um trote, vou pedir que não ligue mais para esse número!

- Não, desculpa, Vossa Excelência! Sabe como é, não é todo dia que a gente fala com o Diabo em pessoa, estou meio nervoso, é minha primeira vez nesse negócio.

- E que negócio seria esse?

- Ora, o negócio do Diabo. Quero vender a minha alma, é claro.

Desliga o telefone.

Toca o telefone de novo – Alô?

- Sr. Diabo, a ligação deve ter caído! A TIM tá horrível!

Um dos flagelos de Deus na Terra dos homens.

Perdendo um pouco mais a paciência – Afinal de contas, quem está falando? Isso é um trote do Malaquias, não é? Já começou sem graça e estou começando a me irritar!

- Não, por favor, Vossa Ruindade! Sou eu de novo, o rapaz que quer vender a alma.

- E como é o seu nome, posso saber?

- Mendes, Sua Grandeza.

- Ok, “Mendes”, pode parar com os títulos. Acho que começamos com o pé errado. Vamos tentar de novo. Então, quer dizer que você quer vender sua alma, não é?

- Isso.

- E de onde foi mesmo que você tirou esse idéia?

- Ora, da Bíblia... Não é o senhor que compra as almas para dar três desejos?

- Mendes, tem certeza que isso não é um trote?

- Tenho sim senhor.

- Você bebeu ou cheirou alguma coisa, Mendes?

- Não senhor.

- NÃO MINTA PARA MIM, MENDES!!!

- Nunca, senhor!

Você não gostaria de me ver com raiva, Mendes!

Suspiro – Então vamos lá, vou explicar o quanto você está errado desde o começo. Em primeiro lugar, essa história de “vender a alma ao diabo” começou com uma estória do século dezesseis em que um sujeito chamado Fausto faz um pacto comigo para viver mais, ser jovem ou algo do tipo. É uma estorinha bem bonitinha e tudo mais. Na época achei divertido o tom que o autor deu e pra dizer a verdade gostei de fugir um pouco do personagem malvado e assustador, para virar esse sujeito que distribui presentes. Se soubesse a dor de cabeça que isso ia me dar, tinha mandado a AIDS ao mundo com uns séculos de antecedência.

- Veja bem, achar que o Diabo é uma espécie de comerciante de almas baseado em um poema de mil sei lá quantos é a mesma coisa que alguém do futuro achar que o crime no século vinte estava em cheque apenas por conta da incansável atuação das Tartarugas Ninja e do Robocop. É uma coisa que hoje parece retardada, mas olhando lá do futuro simplesmente vai se misturar com o que se produziu na época. E como o povo do futuro provavelmente vai ter menos paciência ainda de checar a história do que você teve de ler a Bíblia antes de me ligar, acho que é bastante razoável que no futuro a humanidade esteja rezando para Leonardo, Michelangelo, Rafael e Donatelo. E para os errados, ainda por cima!

- Depois tem a questão dos três desejos. Tem certeza que não está bêbado? Isso é algo que um gênio daria, não o Diabo!


Acima: ainda não é esse tipo de Diabo.

 - Para terminar, por que em nome de mim mesmo eu iria comprar sua alma??? Sério, reflita por dois minutinhos: onde é que você acha que gente que tenta (só tenta, não precisa nem mesmo conseguir) vender a alma ao Diabo vem parar no final das contas? É só uma questão de esperar até você bater as botas e pronto. Considerando a expectativa de vida humana e a relatividade do tempo para mim, é mais ou menos o tempo de eu ir no banheiro e voltar. Você tem internet, não tem? Então, em termos que você entenda, está tentando me convencer a comprar pornografia quando pornografia tem aos montes e de graça. Eu precisaria ser mais burro que você para aceitar esse negócio.

- Não, peraí, vamos supor que eu mudasse de vida...

- Mudasse de vida? Que você começasse hoje a cuidar de filhotinhos leprosos e cuidasse deles até que ficassem saudáveis o suficiente para serem treinados como cães guia para crianças cegas e manetas? E daí? Só estaria fazendo isso para aumentar o valor de mercado da sua alma, o que acho até que seria pior. Aliás, Mendes, isso seria tão errado que provavelmente teria de criar um inferno novo só pra acomodar você.

- Mas antes que você se incomode em fazer isso e para o meu próprio bem, me sinto quase que na obrigação de dizer “não”. Não faça isso. Mesmo que a sua alma fosse a Ferrari das almas, a última bolacha no proverbial pacote desse valor abstrato que separa o ser humano dos animais (coisa que pelo que estou vendo não tem nem perigo), eu lhe responderia com um desinteressado: e daí? Nesse tempo todo que estou no mercado, e lhe asseguro que estou no mercado há muito mais tempo do que possa imaginar, acha que já não tenho de tudo? Que já não ensaquei almas muito melhores que a sua? Mendes, o que raios eu faria com uma alma mal ajambrada feito a sua? Provavelmente ficaria jogada em um canto, pegando poeira e tomando espaço na garagem. Em resumo, não, obrigado Mendes, pode ficar com sua alma.

- Pôxa vida, e eu aqui pensando que o Diabo era um sujeito camarada...

- Sério? Que o Diabo, o PRÓPRIO DIABO, era um sujeito camarada? Sem entrar no mérito disso, no mínimo posso lhe lembrar que estou aqui lhe apontando pacientemente as implicâncias e impossibilidades de transacionar em relação a sua alma e você ainda me acusa de não ser camarada??? – balança impacientemente a cabeça, segurando o telefone como se quisesse enforcá-lo – Tá certo então, Mendes. Você quer vender sua alma. O que quer em troca?

- Tá falando sério???

- Mendes, eu tenho todo o Inferno e o Piauí para administrar. Você tem mais dez minutos.

- Desculpa, eu tinha isso tudo ensaiadinho, mas o senhor me pegou de surpresa agora... Ai, o que pedir, o que pedir...

- Cortei cinco minutos seus Mendes.

- Não, não, peraí, já sei: eu quero ser famoso.

...

- Alô???

- Contra o meu melhor julgamento, ainda estou aqui. Certo, você quer ser famoso. Quer ser famoso pelo quê?

- Como assim?

- Ora, quem é famoso é famoso por conta de alguma coisa. Albert Einstein era um gênio. Marilyn Monroe era bonita. Elvis cantava bem. Você tem algum traço que lhe defina?

- Bom, não, pensei só em ficar famoso e o senhor cuidava do resto...

- Mendes, para que mesmo você quer ficar famoso?

- Aaaaahhh, sei lá, parece ser bacana.

- “Parece ser bacana”??? Você está disposto a passar a eternidade queimando no fogo do inferno por uma coisa que “parece ser bacana”??? Não passou nem do estágio em que a situação é superficialmente interessante antes de pensar em vender sua alma ao Diabo???

- Bom, com o senhor falando assim parecer meio burro mesmo...

Novo apertão no pescoço do microfone. As plantas no escritório murcham, vulcões no inferno explodem e os condenados gritam com um pouco mais de agonia. Afrouxando o nó da gravata, Satã se serve com uma dose de whisky e se senta em sua cadeira, derrotado.

Assim, mas com aspecto derrotado. E com chifres.

- Alô, Mendes? Ainda está aí?

- Sim, estava até com medo, pensei que a ligação tinha caído de novo.

Uma lágrima (raiva, decepção, tristeza???) rola na bochecha do Diabo – Não, só precisava de um tempo para me compor. Sabe, Mendes, vou desabafar com você: o que muita gente não percebe ou que parece ter se esquecido é que o Inferno é um castigo tanto para quem vem para cá quanto para mim. Olha só a gente: eu posso muito bem desligar esse telefone e me livrar de você. Por hora. Mas aí, daqui há um ano, dois ou vinte – BUM – você morre, vem pra cá e eu tenho de te aguentar durante o resto da eternidade. Nas palavras do imortal Rorschach, eu estou tão preso aqui com vocês quanto vocês estão presos comigo. E como já morreram, a única coisa que posso fazer é com que gritem mais alto. E você sabe o quão chato é gente gritando, vinte e quatro horas por dia? Pior que isso: sabe quantos Mendes já vieram para o Inferno ao longo dos séculos?

- Tipo, quantos parentes meus?

- Tem certeza que isso não é trote?

- Tenho sim senhor.

Suspiro – Ok então. Olha Mendes, vou ser sincero. Gostei de você. Nem quero sua alma nem nada não. Vou dar um jeito de você ser famoso por absolutamente nada. Nem que seja só para você me tirar da sua cabeça. Aí na hora da sua morte, Deus que te carregue, porque aqui não dá. Até o Inferno tem de manter um certo padrão.

- Poxa vida, mas que legal, Sr. Diabo! Vou fazer de tudo pra não decepcionar, o senhor vai ver! E aí, como é que a gente faz?

- Busque pelos sinais, Mendes! Busque pelos Mendes do mundo ficando famosos sem ter absolutamente nada para mostrar! Busque pelo fascínio do público por gente absolutamente ordinária! E acima de tudo, arrume uma câmera e se prepare para o Big Brother!

E o sétimo selo se abriu, revelando uma besta com doze cabeças. E em cada cabeça três coroas. E em cada coroa sete pontas. E em cada ponta nove ametistas. E de cada ametista partiam nove raios que... Peraí, quantas cabeças eram mesmo???

O ÚLTIMO POST DA EGRÉGIA CORTE

Meus vagos e desaparecidos amigos,


Penso eu que este site já teve dias melhores. Aliás, penso também que nos últimos anos uns bons 97,25% dos posts (sim, eu fiz as contas) foram dedicados a reclamar justamente disso. Acho que é hora de encarar a realidade e admitir: a Egrégia Corte de Apelação subiu no telhado. Assim, o que fazer? Vamos dar a ela o fim digno que todos nós gostaríamos ou vamos dar ao nosso querido e quiquitito site o fim que nós provavelmente vamos ter, budejando por aí sobre assuntos genéricos e farras passadas enquanto sujamos nossas fraldas? Eu, particularmente, sou um fervoroso adepto da teoria do "último que sair apague a luz" e vamos tentar paragens mais verdes. Sei lá, o Emerson deve estar sabendo de algo de bom acontecendo no Facebook, Twitter, ForMen ou alguma coisa assim. Se bem que se for pra depender do Emerson, melhor ficar com o lance das fraldas mesmo...

Enfim, enquanto decidimos pela eutanásia cibernética que este espaço tão necessariamente precisa, vamos nos dar uma folguinha e seguir em frente com uma das tradições mais amadas desse site. Mas, primeiro, uma estorinha para que todo mundo entenda de onde vem essa minha boa vontade:

Sábado estava tomando umas (isto é, bebendo cerveja e ocasionalmente degustando petiscos, para quem não lembra nem o que é isso) com o Chuck (nosso amiguinho Giuliano, que logo, logo vai ficar mais esquecido do que tomar umas) quando ele me propôs uma idéia que está sendo capitaneada pelo Marden. "Meu Deus, essa foi a coisa mais estúpida que já ouvi na vida" disse logo depois de tomar ciência do consórcio de idéias Chuck/Marden. Depois de parar de rir, assegurei ao Chuck que agora sim, iria escutar a idéia deles, que consistia em um bolão de cem mil réis (a.k.a R$ 100,00... Marley) para participar do sorteio de fim de ano da Mega Sena. "Meu Deus, essa foi a coisa mais estúpida que já ouvi na vida", disse novamente para surpresa de ninguém e caí na risada de novo, o que deve ter irritado deveras o Chuck, por sua própria culpa em ainda cair nessa. Mal sabia eu que a última risada ainda seria do Chuck, desde que ele conseguisse permissão para dar risada com vocês sabem quem.

Naquela noite, embalado pelos doces vapores alcóolicos da cerveja e pelo cândido som da voz da minha amada, reclamando de alguma coisa que sinceramente ela já devia ter desistido faz tempo, dormi o sono dos justos. Afinal, a culpa não é minha se um justo qualquer deixou o sono dele vacilando por aí pra qualquer um pegar. Dormi e dormi mesmo e durmo de novo se deixarem. De qualquer forma, em um dado momento, minha prodigiosa mente me levou para um mundo de sonhos alternativo, talvez um futuro possível, onde o braintrust Chuck/Marden deu uma dentro e adquiriu o bilhete vencedor da Mega Sena de final de ano. Sim, nessa realidade alternativa, todos os membros desta Corte ficaram podres de ricos de 2010 para 2011.

Menos eu, que preferi fazer gracinhas na cara do Chuck quando ele me propôs a participação.

Olha, sou o primeiro a admitir que meu caráter poderia aproveitar um ou dois melhoramentos. Mas vocês, meus amigos da realidade alternativa, vocês são podres!!! Vocês me chamaram pra festa exclusivamente para curtir com a minha cara. Curtir não, aumilhar é a palavra! O Des. André, em particular, que eu acolhi como se fosse um filho nessa casa, ficava atirando notas de cem reais na minha cara e rindo, enquanto gritava/cantava/zurrava: "Animal burro! Deixou de ficar rico por conta de cem reais! Tá aqui cem reais, seu jumento!!!". Ao que alguns podem dizer "bom, pelo menos ele te dava os cem reais..." e eu respondo "nope". Ao mesmo tempo que jogava o dinheiro, André mandava uns seguranças que ele tinha arranjado não sei onde tomar o dinheiro de mim para ficar para eles. Pode ser ou não que isso constituísse roubo, mas os aspectos legais da coisa não eram tão prioritários para mim. De qualquer forma, isso era só o André. Todos, todos vocês eram sórdidos, sendo que o melhorzinho era o Gustavo e assim mesmo porque se limitou a mandar um "sai daqui, liso" durante a festa de arromba que o novos ricos estavam dando. Pra completar, fui posto pra fora da festa. Não antes, é claro, dos seguranças do André me tirarem a carteira, o celular e qualquer resquício de dignidade que eu ainda tivesse.

Por Jaga, como odeio todos vocês...

De qualquer forma, se a vida lhe dá limões, guarde-os para brinca de acerte o olho com o Chuck, é o que eu sempre digo. Nesse dia, aprendi que posso até conviver com a dor de não ganhar na Mega Sena. O que não posso admitir é a felicidade de vocês, um sentimento que tenho certeza que o Mateus entende muito bem. Desta forma, preferi encarar o sonho como o sinal para fazer duas coisas:

1º - Rastejar como uma little bitch e implorar para entrar no bolão do Marden, no que me dei de mal, já que o bolão ainda nem tinha começado. Ou seja, rastejei de graça;

2º - Dar ouvidos ao destino e aproveitar que meus dons precognitivos estão a toda para apresentar a vocês o que serão talvez as últimas previsões de LORDE ZOLTAN, MESTRE DO PRESENTE, PASSADO, FUTURO, SUBJUNTIVO IMPERFEITO E IMPERATIVO DO PRETÉRITO!!!

Enjoy!

J. da Manibura: O elusivo sr. J of M, mais conhecido como Gabriel, passará a círculos ainda mais alternativos. Tão alternativos que nem o povo dos círculos alternativos vai mais querer andar com ele. I'm talking about some really weird shit, man!!! Paralelamente, seu gosto por shows de artistas internacionais vai levá-lo cada vez mais longe. U2 vai ser apenas o começo disso. Juntando o gosto por shows e coisas alternativas, vai comprar um ingresso para o Magal da Praia na Tailândia, onde pegará uma espécie de pereba escrota bem no meio das costas. Sua esposa o filmará em segredo tentando coçar a pereba só de cuecas e postará no Youtube com a trilha sonora da Tieta. Um hit instântaneo, Gabriel atingirá uma fama razoável e virará jurado no SuperPop. Todos se regozijarão. Menos sua esposa que, ainda sã, pedirá o divórcio.

Fernando V.: McVeras terá um início de ano produtivo, com Sagitário retrógrado e Touro penetrando em Uranus. Bem mais produtivo que seus alunos, que estarão fazendo de novo esta onça de cadeira porque pensaram que a questão envolvendo Harry Potter era um trote e deixaram de respondê-la (sim, ele fez isso de verdade). Para tristeza de muita gente, não apenas do professor e dos alunos, mas também da família e amigos, não era. Como vingança, alguns alunos mais entendidos do Potterverso pixarão uma caveira com uma cobra saindo da boca no carro de Veras, que tomará isso como um aviso claro de que os Comensais da Morte estão chegando. A partir daí o ano ficará muito difícil, com Veras tentando pegar corujas aleatoriamente, pensando que elas carregam mensagens da resistência bruxa contra o Lorde Negro. Ironicamente, tentando pegar corujas, deixará de receber a citação da ação de divórcio promovida por sua ainda sã esposa.

G. Vale: Como ele não anda mais por aqui mesmo, por conta de uma promessa, maldição ou quebranto que botaram nele, sinto-me livre para prever que que GVale terá um ano tranquilo com seu amante latino, Juan "El Tripé" de la Rosca. Ambos frequentarão toda semana a pequena, porém efervescente, igreja satanista do qual Juan é adepto, para tomarem sangue fresco de bode e falar mal dos Beattles. Também serão frequentadores assíduos de um forrózinho pé de serra e conduzirão protestos apaixonados contra pesquisas com célula tronco. A não ser que ele leia isso. Aí nesse caso sou forçado a admitir que peguei todas essas idéias com o Mateus.

João Paulo: Coisa estranha, essa já é a terceira versão do texto porque toda vez que eu chego no JP e começo a escrever que algo de ruim ou menos que maravilhoso vai acontecer com ele, aparece um rasgo no tecido do espaço/tempo que começa a sugar a realidade para si. Nesse ponto, me dá um branco e me vejo sentado de novo na frente da tela em branco do computador, com as idéias ainda na cabeça mas impossibilitado de externá-las. Sendo assim, JP começará o ano em um iate, que vai ser abordado por outro iate, ainda maior, com a seleção de biquíni da Suécia, precisando desesperadamente de um treina... Foda-se! No meio do caminho, elas revelarão que são a seleção TRANSEXUAL de biquini da Suécia, que precisam de um treina... Não, não! A realidade morre! A luz é apenas um sonho! Afastem-se, monstros do abismo! Nããããããooooo...

Resumindo, mais um ano de Joãopaulice para JP. Shit!

André: Depois de um 2010 em que descobriu o maravilhoso mundo de World of Warcraft, André ficará cada vez mais imerso no jogo. Ao assistir Tron e convencido de que aquilo se trata de um documentário, apesar dos apelos insistentes em sentido contrário de seus amigos, esposa e alfabetizador, dedicará todos os recursos de sua empresa para se autodigitalizar e entrar no mundo da fantasia do videogame. Para fins de narração, conseguirá o seu intento e passará a viver numa verdejante comunidade de Trolls da floresta. Durante pelo menos uma semana, que é o tempo necessário para que esses bichos, que não tem água corrente e que nem sonham com o conceito de papel higiênico, levarão para ficarem enojados com a higiene pessoal (?) e contos escatológicos do André. Ao ser chutado de volta para o mundo real, descobrirá que sua esposa, ainda sã, pediu o divórcio.

Emerson: Após um ano de 2010 em que se firmou como profissional do Twitter, Emerson estará confortável nesse papel até descobrir que a palavra "profissional" tem a ver com "trabalho". A partir daí, completamente enojado com o Twitter, buscará fuga para outra de suas manias. Numa lista que está ficando cada vez mais curta, escolherá um dos passatempos que ainda não explorou, que é o fascinante mundo dos carrinhos de rolimã. Aproveitando que mora pertinho da Sebastião de Abreu, passará seus dias subindo e descendo ladeira para se tornar o primeiro (e quiça o único) "atleta" do "esporte", dedicando cada vez mais tempo e dinheiro para tunar o seu carrinho. Em meados de maio/junho de 2011 o seu carrinho de rolimã já vai valer mais que o apartamento de muita gente, com ipad embutido, PS4 no painel, airbag e o que mais ele conseguir socar lá dentro. Numa virada nada irônica do destino, vai conseguir ganhar dinheiro com isso. Em entrevista para o Globo Esporte, perguntado sobre como se sente sendo o primeiro profissional do rolimã no país, responderá: "Como é que é? Isso é trabalho?!". Sua esposa, já não tão sã depois de anos e anos de casamento, pedirá o divórcio.

Mateus: Tinha uma piada muito boa para colocar aqui. Maaaasssss, como sou truta e entendo que alguns de vocês poderiam ficar com mimimi, vou pela rota segura. E não, não tinha nada a ver com viagem. Tanto é que a piada alternativa sim, tem a ver com viadagem. Confrontado por GVale a respeito de "que putaria é essa de Juan de la Rosca", Mateus dirá que sim, ele sabe da existência do belo latino. E o ama! Depois de uma luta pelo amor de Juan que, convenhamos, podia ser melhor, Mateus levará uma belíssima sova para aprender a deixar de ser tão fresquim. Lambendo suas feridas, se aproximará de Emerson, já que é seu vizinho, nas suas investidas no mundo do rolimã. E é só isso. Porra, essa ficou uma bosta! Isso é a censura em ação, seus fascistas!!!

Giuliano Chuck: Em 2011 todos lembrarão com saudades de um rumor, uma fábula, uma estória antiga contada com reverência, sobre um pequeno guerreiro que assolava estas terras. Em regabofes a base de cerveja ou em reuniões fru-fru para tomar vinho, todos coçarão a cabeça e perguntarão "afinal, o que aconteceu com ele?". Rumores indicarão que ele ainda vive, a pequetita casca de um homem, dentro de um lar, com um avental, um lenço na cabeça, um aspirador na mão e um chicote nas costas, de vez em quando ainda balbuciando "mentira, mentira, não vai ser assim". Porém, nós sabemos melhor. Os mais crédulos ainda tentarão o telefone para buscar uma centelha do passado, apenas para serem confrontados com uma dura realidade: é impossível que todo final de semana tenha um chá de bebê, um casamento, um batizado ou um bar mitzvah pro sujeito ir. Hello, is it Chuck you looking for?... E uma lágrima correrá pelo rosto dos amigos. Ou uma tremenda risada acompanhada de gritos de "viadinho".

Eudes: Ano que vem o Eudes estará no domínio da grana. De toda ela. Tanto que estou aproveitando para vender o espaço promocional das previsões, caso ele se interesse. Vai sobrar tanto cacau que ele vai ser o principal patrocinador da equipe Emerson de rolimã. Estribadíssimo, gastará boa parte de seu tempo na limusine que o levará que o seu helicóptero que o levará para o seu jatinho que o levará de volta para o aeroporto, que o levará para a limusine que o leverá para casa porque aí o sujeito também já passou o dia andando e chega. Apesar de não fazer muito sentido, JudEudes conseguirá ganhar grana com isso. Seu aprendiz, Fahad, debelará uma insurreição da Aliança Rebelde em Endor, finalmente aprisionando um dos líderes rebeldes, Han Solo, sem qualquer razão, apenas para que vocês possam imaginar o Eudes vestido de imperador e dizendo: "good, good...". Como também não nasceu ontem e fazendo a matemática de que a metade de tudo é tudo, a esposa de Eudes, sã e estribada, pedirá o divórcio.

Marley: Outro que está sumido, Marley colherá, em 2011, os benefícios do tempo que está utilizando em 2010 para se repaginar. Com a ajuda de sua namorada mestranda em moda, Marley ressurgirá, como a Toyota fez uns anos atrás, com um aspecto totalmente novo e sem tremer tanto. Sapatos Gucci, roupas da Yves Saint Lauren e bebendo apenas conhaque Luís XIV e Velve Glicoq, Marley estará um nojo, só que por motivos totalmente diversos dos de hoje. Tudo isso irá abaixo quando, num exemplo de que não se pode ensinar truques novos a um cachorro velho, teimar com LORDE ZOLTAN quanto à bilheteria de Transformers 3. Marley apostará novamente sua vida e, desta vez, o ceifador virá cobrá-la.

Gustavo: Gugu, o que dizer de Gugu?... Sério, algum de vocês viu esse cara em 2010? Ele é vivo ainda? Esses comentários que têm aí são de algum bot que ele instalou? Vou responder todas essas perguntas com "triciclo", mesmo que isso não faça nenhum sentido. De qualquer forma, em algum ponto de 2011, Gustavo estará em uma pequena e refinada reunião para degustação de queijos e vinhos. Em meio a uma apaixonada discussão em que alguns apontarão o vinho Chambertin como o que cai melhor com o queijo Roquefort, enquanto outros erguerão o dedo em riste para defender que a ausência de um bom Chavroux e de um Chadornay é heresia punível com a morte, Gugu perceberá, com o canto do olho, que uma turma de amigos do filho adolescente do anfitrião está se despedindo dos pais para ir ao show de lançamento do DVD da banda Cachorra Safada. A lembrança da música, do gosto da cerveja, do ar livre e do intestinador desligado trarão a tona o que há de pior no homem, fazendo com que ele dê um chute no yorkshire da dona da casa, vire de um gole só um litro do primeiro vinho que lhe passar da frente, taque a mão na bunda da namorada do cara que ia pro show, roube os ingressos e desça correndo, cantando e chorando as escadas, apenas para ser encontrado dias depois, morto com a frase "Ô BUNECO" escrita na areia de uma praia em Natal. Infelizmente, desde que viu os meninos prontos para sair tudo não passou de um delírio digno de David Lynch dentro da cabeça de Gugu, que se limitará a comentar que esse último vinho tinha um toque frutado, porém atrevido ao paladar.

Carlos Marden: O filho da puta do Marden vai ganhar a porra do sorteio de fim de ano com a grana da gente! Sem pensar muito, vai colocar tudo em várias malas e se mandar sem avisar para onde. Depois de algum tempo, coberto de dinheiro, prostitutas e abadás diversos, vai sentir uma tremenda dor de consciência e voltar para repartir o dinheiro com os participantes do bolão. Pouco tempo depois, ainda coberto de dinheiro e prostitutas, vai acordar de um pulo desse pesadelo horrível que teve, no qual sonhou que tinha uma consciência, ficção que há muito deixou para trás. Como de hábito, vai mandar um e-mail para os seus ex-amigos, perguntando como estão as coisas na terra dos lisos. Rirá um pouco sabendo que cada um dos e-mails mata um pouco da alma de quem os recebe, mesmo sem se importar tanto com isso. Afinal de contas, sua alma foi enterrada na mesma cova rasa que sua consciência. Sua esposa, julgando que ele faleceu, porque a alternativa seria admitir que ele é desse jeito mesmo, pedirá a anulação do casamento ou sei lá o que se pede nesses casos, já que não trabalho com isso e estou com preguiça de procurar. Ao descobrir que o amor de sua vida já não se considera mais casada, Marden bocejará de leve e pensará no que vai almoçar.

LORDE ZOLTAN: Sem aprender absolutamente nada com os anos anteriores, continuarei fazendo previsões ofensivas e afastando os poucos amigos que ainda tenho. Porém, considerando que de acordo com o cronograma acima todo mundo vai estar solteiro em 2011/2012, a gente tem mais é que ficar junto nessa hora tão difícil! Fora isso, largarei tudo e dedicarei cada fibra do meu ser a caçar a carcaça traidora do Marden, até que ele cuspa cada centavo do prêmio que ganhou! O que não deve preocupá-l0 muito, já que cada fibra do meu ser me leva talvez até Caucaia, quando muito até Mundaú. Enfim, se vocês um dia cruzarem com ele por aí, avisem que eu quero meu dinheiro!

Save the cheerleader, save the world!

Médias festas para todos.

Fernando Wallace

Amigos, é sem muita esperança que escrevo estas linhas. Há muito a chama se apagou e agora nem mais uma simples e teimosa brasa de resistência arde na tocha que simboliza a putaria dentro de nossos corações. Mas como que um siberiano desesperado de frio, continuo a soprar a tal da tocha, para ver se a porra da brasa volta a brilhar e queimar no peito de cada um de nós.

Está na época de iniciar a disputa pelos prêmio deste ano, GONÇALVES, FILHO DA PUTA E BARRIGA BRANCA (e como me dói dizer que mal temos concorrentes para os 2 primeiros)

E mais importante ainda, definir um LOCAL e DATA para a tradicional festa de final de ano da EGREGIA CORTE. Por isso senhores, por saber que a coisa tá braba eu já apresento uma primeira proposta de local. No dia 18 de dezembro, eu aluguei uma casa próximo ao shopping via sul para fazer a festa de confraternização de minha empresa. Poderíamos aproveirar que já está reservado mesmo e já que minha festa lá é de dia, usar a noite para a NOSSA feste. A casa é grande com deck, churrasqueira, piscina, ventilada e com isso podemos transcender o que já houve em termos de festa até agora. Quem quiser ir conhecer o lugar estou a disposição para ir mostrar.

Então amigos, unam-se a mim nesse desesperado "assoprar" essa tocha morta, vamos tirar leite de pedra, vamoos separar os emboas das lagartas de fogo. E eu vos digo amigos, eu quero ser uma lagarta de fogo, por mais gay que isso possa parecer.

Amiguinhos,

Amanhã, vou comemorar minha despedida de solteiro. É... Cheguei aos trinta e três e agora vou pra cruz, digo, vou pra forca, digo,... enfim, vocês entenderam.

Vamos combinar que, nesta nossa turma dominada por pandas, o máximo de despedida de solteiro que podemos buscar é um porre homérico. Eu, como já vencedor de um Barriga Branca pela Academia da Egrégia Corte, não serei diferente. Meus tempos de putaria viraram mera lenda já faz tempo.

Por isto, amanhã, a partir das 10:22, vou começar a beber no Tia América (próximo ao Assis, na Varjota, na Rua do Paulo do Camarão... pergunta que o povo explica). De lá, depois, a gente melhora o nível e vai para um Boteco-Praia, ou para o Colher de Pau, ou para o Cowboy. O importante é beber até ficar pastoso.

Inté

Marley!!!!! Achei a namorada perfeita para você. Fofinha como você gosta...

A Copa do Mundo foi...

...uma confirmação de que a Vida é Bela, mas Tem Seu Lado Feio

Tivemos o futebol classicamente mais belo do mundo (o nosso) perdido em um feio deslize emocional.

A final contou com um rápido e belo futebol espanhol em confronto com um feio e apelativo futebol holandês.

Tivemos a Argentina eliminada, o que é belo, sendo que aí a feiúra fica por conta do Carlos Tévez.

Na ECA, tivemos a impagável estrutura e a costumeira fartura da sede Emerson Damasceno, mas o barulho da vuvuzela...pqp!!

Não se convenceu? Então repara nesta foto com a Musa da Copa (a paraguaia Larissa Riquelme):

Intermezzo da Copa

O Brasil avança e ficam algumas impressões:

1- Assistir à Copa em Alta definição não tem preço, nem mesmo o delay atrapalha muito. Embora com as últimas mudanças que fiz hoje (transmissão aberta em HD), acho que consegui quase zerar o atraso para o próximo jogo.

2-O Wallace sem beber é pior que animador de festa infantil bêbado.

3-Eu me rendo: A Dani anima qualquer festa. Acho que ela está se tornando mais essencial que muitos (ex)desembargadores. Vê-la dançando com o (meu) Gugas foi impagável!

4-Ausências de Chuck, Marley e Marden muito sentidas. Gabriel se redimiu.

5-Sexta que vem teremos feijoada, a quem se aventurar. A porta se abrirá a partir de 10 da manhã. Saídas só serão permitidas à noite, entretanto...

6-Estou com medo de Portugal, mas quem não está?

7- Para não esquecer, Beiçola é a mãe!!!

8-Não sei quem consegue superar o meu tio em trotes telefônicos bizarros... Pior, acho que eles está ficando obcecado pelo Wallace...

9-Parabéns ao futuro papai, Márcio. Que o herdeiro venha com muita saúde e bola no pé. Caso ele seja liberado na sexta, tiraremos o "choco" dele :)

10-Por onde anda o Marley mesmo???

Copa

Venho dizer que assistirei aos jogos do Brasil (e todos os outros) da Copa aqui em Casa. Estão todos convidados.
Abraços

Digo NÃO ao Spettus (enquanto barzinho de sábado) e ao PS-3 como Programa Substituto de Carnaval

Sei que é barato e que (ainda) é comível, mas é muito fim de carreira fazer do Spettus o novo local para beber durante a tarde de sábado. O pior é que foi esta a proposta do Marley quando eu o liguei para tomarmos umas.

A proposta foi tão sem-sentido para mim que não consegui pensar em alternativa melhor do que me afogar na lama. Primeiro, porque já tinha almoçado. Segundo, porque... nem sei dizer porque, afinal a gente bebe em restaurantes e churrascarias..., mas me pareceu algo tão fim de carreira que deveria ser uma conduta de dignos barrigas brancas como Veras, Eudes, André, Gustavo e, claro, eu.

E foi algo praticado por um dos poucos serenos e sensatos (adjetivos definidores da condição de solteiro) desta Corte. O mesmo Desembargador que passou o Carnaval agarrado ao Play Station 3. O que é isso??? Nossa turma vai afundar e a massa amarrada na corrente é um solteiro???!!!

Respiremos: vamos retomar projetos e vamos todos tomar umas no próximo sábado. Em qualquer barzinho digno de receber um grupo com intenções normais de beber. Ou seja: vamos do chinfrim/clássico (Tia América, Alpendre, Assis, Augusto ao fresco/tradicional (Cowboy, CDP, Boteco). Mas tenhamos dignidade de irmos a um lugar que não faça um ouvinte levantar os olhos em curiosidade.