terça-feira, 8 de julho de 2003

Recebi este e-mail e resolvi postá-lo. Vejam que as pessoas passam por experiências semelhantes, não exetamente iguais em tudo, é preciso ressaltar, mais ainda assim você já esteve em alguma dessas.


----- Original Message -----
From: "Marcel Leonardo Fonseca Almeida"
Sent: Monday, June 16, 2003 10:44 AM
Subject: Ressaca - MuiTOoOoOoO BOA!!!


A história é velha, mas a descrição dos detalhes é ótima!


>RESSACA
>
>Acordo. Ou melhor, sou retirado de um turbilhão confuso de pensamentos e
>lembranças que precisariam de mais umas quatro horas para que fossem
>chamados de sono, pelo blá blá blá longínquo de um locutor de rádio que
>saía
>do rádio-relógio mal sintonizado. Entre isto e acordar há um abismo de
>diferença.
>
>Sento na cama. Imediatamente o quarto dá uma volta completa em torno do
que
>restou do meu fígado e eu lembro que estou de ressaca. O giro do quarto
>somado à sensação de que estou vestindo uma meia de algodão na língua
>estimulam o meu primeiro pensamento lúcido do dia, e talvez um dos únicos:
>puta-que-pariu.
>
>Depois de deitar e levantar umas 10 vezes, em uma dúvida cruel entre pedir
>demissão para dormir mais um pouco e chegar até o chuveiro para salvar o
>meu
>péssimo emprego, decido manter-me no mercado de trabalho e vou cambaleando
>até o banheiro. Faço uma parada no corredor e tomo 750 ml de água no bico
>da
>garrafa. Os 250 ml restantes escorrem pelos cantos da boca molhando a
minha
>camiseta que diz: "Jânio Quadros Prefeito 85".
>
>Chego até o espelho do banheiro, vejo o meu reflexo com um misto de pena e
>uma expressão do tipo depois-eu- converso-com-você-mocinho. Dou aquela
>checada no pânceps - aquele músculo logo abaixo do abdômen, mas nem me dou
>o
>trabalho de encolhê-lo. Preguiçosamente começo a escovar os dentes. A
>secura
>da desidratação alcoólica molhada pela água há pouco ingerida formaram uma
>gosma espessa de cuspe que em contato com a pasta de dentes começa a
>produzir uma quantidade inominável de espuma na minha boca. Depois de
quase
>engasgar, entro no chuveiro determinado a tomar um banho gelado. Mas ainda
>não foi desta vez. Eu tenho alguns pensamentos recorrentes quando estou de
>ressaca, como a obrigação auto-impingida de tomar um banho frio e outras
>mais comuns.
>
>É claro que, como toda promessa de ressaca, no dia seguinte você está
>fazendo tudo de novo. Mas uma coisa que eu nunca consegui foi tomar banho
>gelado para curar bebedeira. Claro que não estou contando aquele banho de
>roupa que sua mãe ou avó, ou tia, ou namorada, ou irmão te deu quando você
>tomou o primeiro fogo. Ah! O primeiro porre! Este passaporte de entrada
>para
>um universo que começa em euforia, termina em arrependimento e tem uma
>complicada contabilidade de horas de sono no meio. Este universo com o
qual
>você vai conviver durante toda a sua vida adulta, só saindo dele através
de
>um SIM proferido em uma igreja, templo, mesquita, ou qualquer que seja o
>foro apropriado da sua religião.
>
>E olhe lá! Este universo que -- você só vai perceber quando for tarde
>demais, consome todo aquele dinheiro do plano de previdência privada que
>você nunca fez, apesar das constantes investidas da sua gerente do banco.
O
>universo do macho solteiro.Quando volto a mim, ainda estou debaixo do
>chuveiro com os olhos fixos em nada, divagando sobre estas e mais uma
>porção
>de outras bobagens. Recomeço a função mecânica matinal, um tanto
>prejudicada
>por um conflito inequívoco de hardware. Ao lavar os olhos, só consigo
>deixá-los mais vermelhos, já que com tão poucas horas de sono o corpo nem
>deu tempo de produzir remela (ou ramela, eu nunca sei) suficiente.
>
>E aí você começa a lembrar da noite anterior. E aí começam os seus
>problemas. A coreografia de "Ganso do Sargentelli" que você fez para as
>amigas da sua prima. Aquela hora que você acreditou piamente que era o
cara
>mais bonito do lugar e ficou trocando olhares com todas as mulheres -
você,
>de sedução, elas, de desprezo ou piedade. Aquele beijo que você tentou
>arrancar a força da garota mais feia do lugar e não conseguiu. E,
>finalmente, aquele momento em que você se tornou milionário, pediu uma
>garrafa de Taittinger para brincar de pódio de Fórmula 1 cantando tã tã
tã!
>e encerrou a noite deixando o restante do seu salário em um prostíbulo de
>luxo, não sem antes tentar sexo gratuito com todas as "amigas" da casa
>(afinal de contas você ainda era o cara mais tesudo da cidade).
>
>Daí para frente, só o que você vai sentir ao longo do dia são pequenas
>dores
>morais e físicas, causadas pela noite anterior. A taquicardia provocada
>pela
>quantidade paquidérmica de energéticos que você ingeriu, o telefonema de
>seu
>gerente do banco dizendo que só aumenta o seu já estourado limite se você
>fizer o tal do plano de previdência, até que, depois de fingir que
>trabalhava o dia inteiro, chega o final do expediente, toca o telefone e
>você ouve aquela voz familiar:
>- E aí brother! Onde é a noite hoje ????

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