segunda-feira, 7 de abril de 2003

PEDIDO DE DESPACHO

Relatório:

Trata-se de Pedido de Despacho formulado pelo piloto Rubens Barrichielo, tendo em vista a urucubaca suprema que tanto o persegue. Resumidamente, o piloto alega que não agüenta mais ser o filho bastardo do Deus da Sorte, sendo constantemente perseguido pelo Demônio do Azar (batam na madeira três vezes, supersticiosos, mas saibam que minha voz dizendo essa palavra ecoará até que a mesa onde bateram parta-se em seiscentos e sessenta e seis pedacinhos).

O requerente tem plena ciência de que este Tribunal, em princípio, não teria capacidade para implementar o direito pleiteado. Mas, desesperado por não ter a quem recorrer, pede uma solução desta Corte.

É o breve relatório e se achou pouco só posso dizer: nem escuto a zoada da mutuca.

Voto:

Sem amparo não há de ficar o autor.

Inicialmente, este Relator gostaria de declarar que sempre nutriu respeito pela capacidade profissional do piloto em questão, mas, isto de qualquer forma, não se confunde com o mérito dessa ação.

O que é relevante notar é que não há mortal que seja mais azarado, ou perseguido no mudo esportivo. Esta ressalva quanto ao ambiente faz-se necessária diante da catastrófica existência de Rodrigo – O Fortunato.

Há quem diga que um homem deve receber emoções negativas para valorizar as positivas. Duvida-se então que alguém valorize mais seus penosos êxitos do que o autor desta ação. O miserável sofre mais que uma porca tendo bacurins, relembrando conhecida analogia tão utilizada por Olavo Bilac.

Portanto, não há dúvida quanto ao merecimento do autor em receber um “passe”, um “despacho”, ou qualquer coisa que o valha para livrar-se desse mal olhado (um olhado mal feito pica-pau. Argh!). Resta então apenas decidir quem, dentre os membros desta Corte, poderia dar cumprimento a esta decisão.

Evidentemente que tal incumbência deve recair sobre o prendado Desembargador Mateus. Dentre as inúmeras atividades que este exercitou para tornar-se uma moça “casadeira” (objetivo ainda não conquistado, mas que tem o Des. Wallace como alvo), estar o aprendizado da macumba, do esoterismo, do tarô e do bater forte no tambor, pois ele almeja o tique tique tique tique taque.

Após ter recebido aulas de mestres renomados como a Cuca, a Mãe Diná, o Velho do Rio, a Fadinha Angélica, o Presto, a Maligna e o Ravengar, não há dúvida que o ilustre colega saberá qual a medida a ser adotada.

Portanto, voto pelo reconhecimento do direito de despacho em favor do Barrichielo, devendo este ser realizado pelo Ilustre Colega Mateus.

É como voto, misefi.

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